O poder da nostalgia
Tenho vindo a reparar no poder da nostalgia numa série de aspetos na nossa vida. Podemos ser pessoas mais ou menos agarradas ao passado. Podemos ser mais ou menos emocionais. Mas o efeito nostalgia é quase certo em todos nós em algum momento.
A nostalgia deixa-nos melancólicos e com saudades. Não obrigatoriamente tristes. Podemos recordar coisas felizes. Pelo menos para mim, tudo onde se mete nostalgia é uma aposta ganha. Querem ver?
O poder da nostalgia nos livros
Os livros são nostalgia porque passam pelo tempo. Ficam amarelos. Têm cheiro. Amontoam-se nas estantes e nas nossas memórias. Levam-nos de volta a lugares e a pessoas que conhecemos e nunca mais vimos. Dão finais que não tivemos a histórias que não vivemos. E contém dentro deles muitas recordações. Cartas deixadas dentro de caixas de sapatos. Referências a emoções que a dada altura também já sentimos. Andam para trás no tempo Percorrem memórias que não acabam mais. Estão gravadas em páginas para todo o sempre para que nunca nos esqueçamos delas. Felizmente.
O poder da nostalgia nas músicas
O poder da nostalgia nas músicas é muito forte. Pode ser um fardo ou uma benção. Ela é capaz de nos levar para sítios longínquos, na nossa memória e fazer-nos recordar de pessoas de quem até já não nos lembramos dos contornos faciais. Esses lugares e pessoas podem ter-nos feito muito bem ou tremendamente infelizes. Mas voltamos lá com simples acordes ou frases. Se quisermos dançar sabemos muito bem a música que nos pode animar. Da mesma forma que se quisermos chorar também sabemos o que por a tocar.
Há momentos que estão gravados na nossa memória ao som de determinada música, digam lá que não é? Às vezes quando queremos dizer a alguém que não estamos bem descrevemos a cantar: “porque eu só estou bem aonde não estou, porque eu só quero ir aonde não vou” ou quando queremos dizer substituir a famosa expressão “seja o que deus quiser” dizemos “let it be, let it be”. Há até músicas que nos são tão intimas que de certeza que são sobre nós. As músicas são historias.
O poder da nostalgia em televisão (filmes/séries)
Comecei ver na RTP Play, há uns meses, a série conta-me como foi.Eu sei que já dá há muito tempo e eu só estou a ver agora, Mas tive sorte que assim não precisei de esperar e estou a ver tudo de seguida. O sucesso desta série reside efetivamente no poder da nostalgia. A história retrata factos verídicos. As personagens são muito especiais. E a narrativa é óptima. Contudo, o que cativa são os cenários, as roupas, as decorações. O naperon em cima da televisão. Os pratos pendurados na parede. Sou capaz de jurar que a minha mãe tinha uma conjunto de copos iguais ao que eles usam às refeições.
A série começa antes do 25 de Abril. E está agora no ano de 1987. O ano em que eu nasci, por isso algumas coisas são muito familiares: A garrafa gorda de sumol, a cloche para assar castanhas, a lista telefónica debaixo da mesinha da sala e o rolo da máquina que está(va) sempre quase a acabar.
Onde sentem mais o efeito e o poder da nostalgia na vossa vida?
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