a idade que temos

Todos sabemos que existe um nome para a patologia que é não nos vermos com o peso que temos. A anorexia significa, entre outras coisas, que nos olhamos ao espelho e nos vemos mais gordos do que o que realmente somos. Como este problema haverá muitos outros, infelizmente. Com nomes, todos eles. Que nome daremos ao facto de não nos sentirmos com a idade que temos, por exemplo?

O que devemos chamar ao que sentimos quando, metaforicamente falando, nos vemos no espelho mais novos do que o que realmente somos? Sentimo-nos jovens mas temos os cabelos brancos a nascer. Sentimo-nos jovens mas temos dores no joelho após caminhadas longas. Sentimo-nos jovens, mas temos o relógio biológico (e a sociedade) a chamar-nos à razão. Sentimo-nos jovens na cabeça, nas ideias, nas vontades, mas as velas em cada bolo de aniversário andam na proporção inversa.

A idade certa (não) é a idade que temos?

Por que razão nos dizem sempre que já temos idade para ter juízo? Quer dizer que há coisas mais apropriadas para uma idade do que para outra? Não nos dizem sempre que temos que nos aceitar (que dói menos) como somos? Ou, do lado oposto da questão, que devemos fazer aquilo que nos apetece independentemente do número que dita a nossa data de nascimento? Que nunca é tarde?

Eu sei bem que temos que dar graças por tudo o que já vivemos e ainda vamos, com certeza viver. Não me entendam mal. Este é apenas um texto de reflexão. A idade que temos é sempre a mais desafiante.

Sobre a mesma temática, aqui no blog, se vos apetecer ler mais divagações minhas: