livros com médicos e enfermeiros

Quem gosta de ambientes hospitalares e livros com médicos/enfermeiros como protagonistas vai adorar estas histórias. Mas não vão ao engano, não pensem que isto aqui é a Anatomia de Grey. Pelo contrário, há muito pouca rambóia nos quartos dos arrumos (se é que me entendem!) Em vez disso há muitos mistérios e coisas suspeitas (ou macabras até) atrás de portas que se querem bem fechadas, mas cujos protagonistas insistem em abrir.

Personagens femininas

As personagens femininas que dão vida às cirurgiãs são sempre destemidas e têm os instintos apurados. A Nora e Anne não fogem a esta regra. A Brooke é diferente. É mais insegura e menos convicta das suas ideias (e memórias!) É enfermeira e não trabalha num hospital normal, mas sim na enfermaria de uma prisão masculina de alta segurança.

Livros com médicos / enfermeiros

O que têm em comum “A cirurgiã”, “A porta trancada” e “O recluso” (Além de terem historias com protagonistas ligadas à área da saúde e pertencerem ao catálogo da Alma dos Livros)? São livros com epílogos estrondosos. Que mudam o ângulo da história e nos trazem mais do que uma explicação, uma motivação. Algo que nunca pensámos. Mesmo aquelas que adivinham os enredos têm uma surpresa aqui com certeza. É uma resolução retorcida muitas vezes. Mas sempre inteligentes e impactantes fazendo com que eu acabe o livro com um sorriso daqueles malvados!

A cirurgiã de Leslie Wolfe

Gostei do cenário de hospital que não costumo ver em livros.
Consegui ver o bloco operatório, a sala envidraçada da doutora, os corredores devido à escrita descritiva e ativa.
Senti toda a angústia da personagem principal e todas as suas dúvidas. Senti foi falta de um dilema ética maior, com mais e melhores reflexões, o livro pedia isso, tal como um ritmo mais rápido. Mas no geral gostei das voltas que a história deu e dos plot twists que levaram ao desfecho final que é inusitado e surpreendente mesmo como eu gosto!

A porta trancada de Freida McFadden

Se uma porta está trancada ela não deve ser aberta. Achava eu que isso era ponto assente. No entanto, essa é a porta que mais queremos abrir. É assim em tudo na vida. O instinto conduz muitos dos nossos atos. Não é racional. Também não é emocional. E algo para lá de tudo isso.

Instintos, este livro é sobre instintos. Instintos que muitas vezes nos estão no sangue! Aqueles que Nora tem desde criança e dos quais tem medo. E que de certa forma a perseguem. E não digo mais nada a respeito! Até porque posso estar a tentar ser manipuladora dos vossos instintos. No entanto, nunca seria capaz de o fazer de forma tão brilhante quanto Freida McFaiden durante toda a nossa leitura!

Este livro lê-se num ápice. Porque queremos tirar todas as dúvidas que surgem na nossa cabeça. A curiosidade não mata o gato (só desta vez!) mas deixa-nos inquietos. Então, temos de ler rápido!

Depois de terminar e avaliar o livro, acho que tem mais camadas do que aquelas que se podem pensar no início. A maior parte das reviravoltas sao impensáveis, mas a malha final é mesmo ao estilo da autora. É bom quando reconhecemos um estilo. Por fim queria só dizer-vos na dúvida, escolham casas sem caves. E sótãos. E portas, se calhar viver num open space sem trancas é o melhor.

O recluso de Freida McFadden

Aqui, a Brooke é enfermeira na ala hospitalar de uma prisão de alta segurança masculina. A mesma onde está preso o seu ex namorado, que a tentou matar há dez anos e de quem tem um filho.

Um livro no qual vivi durante dois dias completamente viciada. Sempre que achei que estava a ser enganada, estava mesmo. É um ritmo de escrita que me deixou cheia de dúvidas (tal como eu gosto) reviravoltas e um epílogo que devia entrar na história dos epílogos. Um final sublime, um pouco maquiavélico mas perfeito e cheio de sentido. Era assim que todos os thrillers deviam ser. Um desfecho inesperado e acertado.

Antes de dizer adeus de Robert Bryndza

Foi o que gostei menos mas ainda assim vou incluir aqui na categoria livros com médicos/enfermeiros. É a história de uma médica que recebe nas urgências, a meio do seu turno de trabalho, o seu marido…morto. Dizem-lhe que foi suicídio, mas ela não acredita. Uns dias depois ela recebe uma carta dele muito enigmática e começa uma aventura para descobrir o que lhe aconteceu afinal.

À partida tem tudo para dar certo porque é de Robert Bryndza, mas o resultado é surreal (e não digo isto no bom sentido) Houve demasiada descrição e muitos acontecimentos seguidos que poderiam fazer a história ser alucinante mas para mim fê-la ser aborrecida e inverossímil. Isso tornou a minha experiência de leitura menos boa. Nunca encontrei aquela curiosidade em mim de saber o que aconteceu afinal. Nem o final me cativou pois a própria resolução pareceu-me sem sentido e insuficiente.

E vocês já leram algum destes livros com médicos/enfermeiros da Alma dos Livros?