grande prémio de natal edp

Este domingo foi mais um dia de prova. O grande prémio de natal edp. A companhia dos amigos foi mais uma vez um importante impulso. Não metia lá os pés se não fossem eles.

O grande prémio de natal Edp tem início em Carnide, passa por Alvalade, Campo Grande, Saldanha, Marquês de Pombal, desce a Avenida da Liberdade e termina nos Restauradores. Até me canso de pensar. É um percurso feito no centro desta nossa linda Lisboa. Mas isso na altura não interessou nada. Nem reparei no caminho. Estive bastante mais focada nas minhas pernas e muito ocupada a perguntar-me porque raio voltei a correr dez quilómetros. Já tinha corrido uma vez. Não chegava? Enfim, eu às vezes, sou maluca da cabeça.

Quando corri a primeira vez esta distância (há duas ou três semanas) achei que não ia conseguir. Que ia desistir a meio. Que ia ter dores e isto e aquilo. Hoje, pela segunda vez a cumprir dez quilómetros achei o mesmo. E voltei a ir. (Mas pra quê!) E voltei a concluir a corrida. Uns minutos mais rápido e sem andar nem uma vez. Só isso já é brilhante. Para mim, é. Cada um agarra-se ao que pode, sim?

Quando começas a correr é tudo uma surpresa. Não sabes muitas coisas. Não sabes o que vem aí, se vai custar se não. Se vais recuperar bem. Quando voltas a correr sabes tudo. E isso torna-se ridículo. Ora vejam: se sabes que vai custar a controlar a respiração. Sabes que vai custar a alongar no final. Sabes que vais ter dores amanhã. Sabes tudo, tens as cartas em cima da mesa. E vais na mesma. Isto é um bocado estúpido. Sabemos tudo e vamos na mesma? Que raio de ideia.

Não consigo dizer o motivo pelo qual comecei a correr. (Foi um devaneio que devia ter passado.) Não sei o motivo pelo qual quis aumentar a distância para os dez quilómetros (Estava tão bem a correr seis ou sete) Mas sei dizer o motivo pelo qual voltei. Toda a gente corre por uma razão. A minha é aquela sensação no final. Aquela sensação de concretizar alguma coisa, de conseguir e claro de alívio. O alívio. É isso. Caraças, acabou. O fim. Consegui. Quando não sentir mais isto, esta alegria de concluir uma missão para a qual me propus, então aí não faz sentido. Todas as corridas são diferentes. Mas a sensação no final é a mesma. É o fim da corrida que me faz lá voltar.