Eu não sou fã da Páscoa. Em termos de festas religiosas sou mais pessoa do Natal do que da Páscoa. Mas há uma coisa em que a Páscoa ganha de longe. No natal comemos durante dois ou três dias, na Páscoa começo a comer amêndoas quase em Fevereiro.

Eu sou uma pequena devoradora de amêndoas. É isso. Não há par para mim. Onde neste corpo de metro e meio é que cabem tantas amêndoas, my god? Eu como amêndoas a ver televisão como se fossem pipocas. Acho que preciso de uma desintoxicação. Talvez até mesmo de um psicólogo.

As amêndoas a que me refiro são aquelas mais básicas mesmo, mais tradicionais, as tipo francês, aquelas brancas e rosas. Isto é grave, não é?

Houve um tempo em que esta tara de comer amêndoas que nem louca era bem pior. Há uns anos eu comia apenas a parte do açúcar e deixava a amêndoa em si. Ia acumulando esses restos mortais e deitava no lixo. Era uma característica minha, toda a gente lá em casa já sabia como é que eu comia amêndoas. (Não se espantem! Nunca vos disse que eu era normal!)

Hoje em dia, com a quantidade de frutos secos que me habituei a comer, entre nozes e amendoins comecei a comer amêndoas também e percebi que afinal gostava daquilo. Foram anos perdidos a deitar amêndoas no lixo (estou quase a chicotear-me!). Agora as coisas mudaram, continuo comer desenfreadamente mas já como a amêndoa inteira. Mas isto continua a ser tudo menos normal. Tanta coisa nesta vida de que eu não gosto, porquê gostar de açúcar?!

Há uns dias deparo-me com um pacote vazio. Estava no sofá entretida a comer de enfiada e a engordar quilos sem aparente preocupação quando vou a meter a mão ao pacote e não encontro nada. Até me deu um calafrio na espinha. Mandei uma mensagem ao homem que tinha ido correr. Disse-lhe “Não me apareças hoje em casa sem amêndoas”. Ele apareceu com três pacotes. Infelizmente já acabaram.