Coisas estranhas que acontecem nas novelas
Há coisas que só acontecem nas novelas. E há coisas que nunca acontecem nas novelas. Estão a ver a ideia? Não sei porque é que me lembrei de tal coisa mas achei importante partilhar esta minha avaria mental.
Assumo já que vejo novelas. Portuguesas ou brasileiras pouco importa. O que interessa é que vejo. E pronto. Posto isto tenho vindo a analisar de uma forma crítica (ou de uma forma de quem não tem mais nada que fazer). Mas vamos a factos. Bom, se as novelas pretendem ser um retrato de coisas reais, que acontecem na vida de qualquer um de nós, abordando temas dos nossos dias, o certo é que não cumprem com alguns parâmetros.
Comecemos por analisar aquelas mesas de pequeno-almoço. O que é aquilo? Há pão. Há torradas. Croissants. Tostas. Bolos. Bolo caseiro acabado de sair do forno (que está na mesa todos os dias em todos os episódios sem nem lhe faltar uma fatia). Sumos de fruta de vários sabores. Cereais. Frutas. Leite e café. E mais uma data de coisas que agora não me lembro. Depois, reúne-se a família toda à mesa tipo às sete da manhã (super real) e tudo isto para quê? Ninguém nunca come nada. E é quando não entra alguém a dizer que hoje está atrasado e vai levar só uma frutinha para o caminho.
Agora peço para refletirem numa cena que acontece em qualquer novela. É a minha preferida de sempre. Há uma discussão num escritório. Estão a ver? Uma das pessoas sai de cena e a outra varre tudo o que está em cima da mesa para o meio do chão. Assim, arrastando tudo com o braço. Uma beleza. Vão folhas, vão jarras, vai computador, vai tudo. E é quando não levanta a mesa toda e cá vai disto. Ora bem, o meu sonho é fazer isto um dia. Mas, quer dizer, depois quem é que vai apanhar a porcaria toda partida do chão?
Passemos agora para as coisas que nunca acontecem: nunca vi ninguém levar o lixo à rua. Metem-no onde? Desaparece? Também nunca estão aflitinhos para ir à casa de banho. Têm a bexiga de que tamanho, afinal? E quando vão tomar banho, têm sempre tudo lá? Nunca chamam ninguém para lhes levar a toalha dos pés. Já para não falar de terem sempre a casa imaculadamente arrumada. Nunca ninguém se sentou no sofá e viu um pedaço de cotão e foi a correr buscar o pano do pó. Nunca há pó, é o que é.
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