Dia da alimentação saudável
Hoje é dia da alimentação saudável. Acho muito bem que exista um dia para nos lembrar disso e nos conscencializar. Para mim isto de comer bem é uma coisa que me tem vindo a interessar apesar de às vezes ser um bocadinho confuso.
A comida saudável surge-nos hoje quase como uma imposição. Há sempre alguém que tem receitas óptimas de panquecas para o pequeno-almoço. Toda a gente come coisas sem gluten sem nem mesmo saber o que é isso. Há quem tenha deixado de beber leite porque a senhora do café disse que isso a fazia ficar com a barriga inchada. Depois há outras pessoas que não comem pão depois das 18h por causa das coisas dos hidratos. E há as pessoas que se estão a borrifar para isto tudo e comem torradas por baixo de manteiga e são giras e magras (e irritantes).
Hoje em dia é mais complicado comer porque como nos preocupamos mais, acabamos por encontrar muita informação. Comer saudável exige também uma disposição para tal. Temos que ler rótulos e ficar cerca de três horas no supermercado a perceber quantas gramas de açúcar tem aquele sumo ou qual é a percentagem de massa gorda que tem aquele iogurte. Eu faço isso! E às vezes deixo de comprar algumas coisas por terem muito açúcar (ou então porque me fartei de ler cenas com letras pequeninas no meio da área dos frescos) e opto por um saco de nozes. Mas às vezes apetece-me comer bolachas de chocolate e não me privo, digo-vos já. Nesta ronda pelas prateleiras de supermercado vamos percebendo que os produtos ditos mais saudáveis são também extremamente mais caros, o que significa que há uma relação apertada em seres magra e pobre ou gorda e rica.
Hoje fala-se, incrivelmente, de mais coisas, de mais doenças, de mais problemas, mais alimentos. A oferta é maior e ficamos muito mais confusos na hora de comer. Como há cada vez mais estudos e preocupações a este nível, o que acho bem, atenção, os benefícios dos alimentos parecem não ser estanques. O que faz bem hoje, faz mal amanhã.
Houve um dia, quando era adolescente, que li numa revista super cientifica, tipo a Bravo, que o melão engordava. Nesse verão não comi melão. Conseguem perceber quão estúpido isso foi? Hoje em dia gosto de ver receitas novas e de descobrir novos ingredientes para perceber se gosto ou não e interesso-me pelas novidades que dizem fazer bem ou vá, menos mal. Ou seja estou muito virada para a alimentação que eu acho que me pode fazer bem. Quero perceber aquilo que funciona para mim e quero seguir uma linha que permite sentir satisfeita. Sou mais consciente mas mas tenho dias. Às vezes como tostas com abacate outras como crepes com nutella e não quero nem saber!
Acho que o importante é mesmo moderar, não abusar e acima de tudo estarmos bem e felizes quando olhamos para nós e com as escolhas que fazemos. Não penso que devemos comer sempre chia com iogurte se depois nos apetece um bitoque assim como acho que não devemos comer chocapic todas as manhãs, percebem? A comida deve servir para nos fazer bem, para nos dar conforto e não para nos stressar. Já basta quando nos esquecemos de descongelar os bifes e temos de recorrer à lata de atum.
Vejam este episódio do Porta dos Fundos, já antigo, mas muito bom para aliviar o stress que as vezes sentimos quando pensamos no que devemos ou não comer.
Green
Adorei o teu texto e o vídeo está fenomenal. Eu sou um pouco como tu, como de tudo um pouco e não me privo de comer porcarias quando me dá vontade, claro que não abuso e tento equilibrar com dias em que como mais saudável e acho que é assim mesmo que deve ser 🙂