Tenho dois lados

Sou só uma pessoa, mas às vezes parece que sou duas, Tenho dois lados bastante diferentes dentro de mim. Mas sei que são esses dois que me fazem de mim a pessoa que sou. Que estas minhas contrariedades são a minha singularidade. E ainda sei que não é assim tão anormal.
Uma parte de mim quer festa o tempo inteiro…
Quero estar socialmente ativa. Ir a jantares de amigos. Concertos. Eventos. Beber cafés (ou copos) almoçar fora, passear na rua. Dançar a noite inteira (sou dessas! Não interessa que idade tenha, sempre serei!)
Gosto de barulho. E de confusão. E de gente. Sou extrovertida. Sinto-me diante de pessoas. Gosto de falar. De conversas profundas e de jogar conversa parva fora. Gosto de fazer palhaçadas. De fazer rir.
Gosto de sair. De passar. De conhecer sítios e gente. De estar sempre a fazer qualquer coisa, em movimento, a fazer atividades.
…E a outra sossega bem calma.
Depois, a outra parte de mim sossega. E por outro lado gosto de estar quieta, deitada ao sol, na minha toalha de praia. Mas também gosto do meu sofá. Do meu livro. Das minhas séries. Da manta, do pijama, das pipocas.
Gosto de escrever. E de dormir a sesta (porque posso!). Gosto de estar sozinha em casa, De ouvir a minha música. De olhar pela janela. Beber chá. E descobrir o verdadeiro sentido de descansar e não fazer nada tem sido podereso.
Gosto da sensação de fechar a porta, vestir roupa de casa e saber que hoje não vou sair.
Tenho dois lados que coexistem alegremente.
Pode parecer estranho mas tenho dois lados que coexistem alegremente. Fazem de mim aquilo que sou. Meio louca. Ou muito louca, vá.
Porque uns dias sou a miúda que se apronta para “sair à noite” (e vibra com funk) e nos outros sou a senhora de idade com uma manta pelas pernas e que precisa de óculos para ver a novela repetida da globo. Nuns dias quero uma coisa, outros dias quero outra. Porém, estou bem nas duas peles. Sou eu em qualquer uma das situações. No entanto estou bem, em qualquer versão, quando faço o que me apetece.
Green
Acho que o mais importante é isso, fazer o que mais gostamos consoante os momentos em que estamos e o nosso estado de espírito.
Andreia Moita
Respeitar o nosso estado de espírito é uma aprendizagem. Eu nem sempre o fiz, começo agora!