coisa mais linda

Conhecem a série “A coisa mais linda” da Netflix? Deviam. Nunca vi uma série que tivesse nome mais adequado. Pelo contrário, às vezes os títulos nem têm nada a ver. Ou são nomes de personagens ou de locais. Agora uma série cujo título a descreva, adjetive e caracteríze assim tão bem, só mesma esta. Coisa mais linda que ela é!

Já tinha ouvido muito sobre a série brasileira da Netflix que estava a causar admiração na internet, mas nunca lá fui espreitar. Até há dias. Não sabia do que se tratava. Não vi a sinopse. Claramente, não sabia o que estava a perder.

Quando fui ver soube apenas que era essencialmente sobre a ascenção das mulheres, tinha música e a Maria Casadevall como protagonista, que eu adoro. Provavelmente não se recordam dela. Mas eu sou consumidora de telenovelas brasileiras e portanto conheço-a como a Patrícia de “Amor à Vida” e como Margot de “I love Paraisópolis”.

Para juntar ao rol de atrizes que dão luz a esta história temos Mel Lisboa, a Pathy Dejesus e a Fernanda Vasconcelos (que interpretou a Nanda de “Páginas da Vida” e a Betina de “New wave”).

O que é “A Coisa Mais Linda?”

É sobre a ascenção da mulher nos anos 60 mas também é sobre a sua condição. É sobre a forma como eram tratadas mas também sobre alegria, determinação, coragem e valentia. Mas é mais.

É sobre cumprir sonhos e não baixar os braços. E amizade. Muita amizade. É sobre entre-ajuda. E compreensão. É sobre arranjar soluções. Em conjunto. É sobre bravura.

A amizade é o amor que nunca morre.

É sobre mergulhar no mar, sendo livre, e ao mesmo tempo sobre responsabilidade. É sobre ter medo de se apaixonar outra vez e mesmo assim seguir em frente.E depois é sobre histórias de vida. É sobre racismo. É sobre poder. É sobre dar a volta por cima e erguer o pescoço, o nariz, o olhar, tudo. É aceitação, não é resignação. É sobre estar sempre a tentar. E claro, sobre conseguir.

Não me vou apaixonar nunca mais. – Depois de uma ressaca ‘agente’ diz sempre que não vai beber.

E é sobre música, bossa nova. E imaginação. Delicadeza, elegância e educação. É sobre pessoas reais. E tem humor, criatividade e muitas ideias.

É sobre dificuldades. Mas também festas, praias, paisagens belas. É sobre roupas coloridas e lenços no cabelo. Saias afuniladas, sapatos que apertam e ainda estilo, cabelo armado e moda. A coisa mais linda, portanto.

Do que trata A Coisa Mais Linda?

O marido de Malu desaparece e ela fica sem nada. Sozinha, deixa o filho com os avós em São Paulo e viaja para o Rio de Janeiro onde conhece Ofélia, num momento de desespero. Lá reencontra também a amiga de infância, 16Lígia e conhece a sua cunhada, Theresa. As quatro passam a fazer parte das nossas cenas preferidas. Grandes diálogos sobre o papel da mulher e sobre os sonhos que têm para as suas vidas. Grandes conversas cheias de graça e inteligência.

Ouçam sempre as vozes dentro das vossas cabeças.

É nos apresentada a vida de todas, as suas lutas e conquistas, sempre num ambiente descontraído e com bossa nova como música de fundo. Se isto não é a coisa mais linda, não sei o que é. Ah e aquela praia lá em baixo. As maravilhas de uma vida das miúdas de Ipanema. Prometo que vão acenar a cabeça a muitas coisas que elas vão dizer. Que vão vibrar com elas em muitas situações. Que se vão entristecer com vários acontecimentos e talvez se revoltem com outros. Mas no fim, vão olhar e dizer que realmente foi a coisa mais linda que viram nos últimos tempos. Simples, forte, com propósito e muito emocionante. Portanto, se elas conseguiram, nós também conseguimos!

Se os nossos sonhos não nos assustam é porque não são grandes o suficiente.

Eu quis saltar para a tela muitas vezes. Eu que sempre gozei com as roupas antigas da minha mãe e que agora compro lenços para colocar ao pescoço e saias plissadas. Adorei as saias às bolinhas e as fitas no cabelo. São os loucos anos 60 no Brasil. A energia certa num país que eu sempre quis conhecer.

Já viram? Gostaram? Qual é a vossa opinião?