Não se tudo o que acontece no mundo em geral, e à minha volta em particular, me fez perder a noção da noção, mas eu não acredito na idade que tenho. E nem fiz anos recentemente. Este não é um post propositado para me darem os parabéns nem com reflexões filosóficas sobre a idade. Não, isso é só em Junho. Por agora continuo com a idade de 33 que não sinto. E tu, sentes a idade que dizem que tens?

Penso que padeço do síndrome de Peter Pan. Não acho muita piada a ver os anos a passar. Quando fiz trinta foi um pouco chocante. A primeira vez que bati de frente com a realidade. Não gostei nada. Por isso fiz uma festa gigante, para ver se passava. Os 31,32 e 33 já não custaram nada. Mas também não sinto nada que os tenha. E não sei se isso é bom ou mau. Mas continuo assim mesmo.

Depois dos 30 começas a pensar sobre a idade

Há apenas uma coisa que claramente muda depois dos 30. Começamos a pensar na idade. Prova disso é não só este texto de hoje como todos os outros que já fiz:

• 30 years beach party
• 3o anos | 30 lições
• 32 coisas que já fiz em 32 anos
• Sair à noite depois dos 30
• A praia depois dos 30

No entanto, não sinto a idade que tenho

Eu ainda me sento numa cadeira com rodinhas e começo a girar. Se vir um baloiço não me contenho. Adoro escorregas, montanhas russas. E uma boa noitada. Antes disto tudo as pessoas com 33 ainda saíam à noite e bebiam copos como os de 23 e com os de 23.

Não estou preparada para deixar de fazer coisas de adolescente. Nem de criança, Ainda gosto de pintar livros em branco. Ainda não comecei a apagar as luzes por onde passo em casa nem meto a televisão mais baixo. Continuo a falar alto e digo disparates nas conversas sérias. Ah, e claro não me posso esquecer que continuo a ter borbulhas da mesma forma disparatada que tinha com 16 anos, logo há aqui algo incongruente com a idade. É que cabelos brancos e borbulhas não combinam. E eu aqui preferia claramente ser mais velha. Convivia melhor com o facto de ter de pintar o cabelo do que ter de estar constantemente à procura de outro produto para o acne.

No outro dia falava com as minhas amigas que talvez estivesse um pouco atrasada em relação às outras pessoas da minha idade. Tal como as meninas se sentem quando são as últimas da turma a ficar menstruadas. Elas disseram que cada um tem o seu tempo e isso fez-me pensar que eram realmente boas amigas. Que não me viam diferente pelo menos não da maneira como eu me via no momento. Normalmente, tudo é sempre pior aos nossos próprios olhos.

A verdade é que não me sinto no patamar que as outras pessoas com a minha idade se sentem. Mas está tudo bem. Porque tenho vários planos para as idades seguintes. Depois logo se vê se cresço entretanto.

Quando é que me sinto adulta, realmente?

De momento só me sinto adulta quando tenho que meter o IRS. Ou com mais idade do que a que é suposto ter (ou sentir ter) quando me doem as costas depois de decidir debruçar-me a tarde inteira a arrumar gavetas e livros. Também me sinto mais velha quando são 10h da manhã e já meti uma máquina de roupa a lavar. De resto as únicas responsabilidades que sinto são fazer as marmitas ao domingo (se bem que é mais por preguiça de cozinhar a semana inteira do que por consciência) e cuidar das plantas que (não) rego.

Chego à conclusão que deviamos adoptar várias idades e usá-las quando nos desse mais jeito. Por exemplo, se quero permanecer no sofá a descansar posso sempre dizer que me dói uma qualquer articulação no joelho e que vai chover. Desta forma, é melhor ficar por casa. Por outro lado, posso usar toda a a minha jovialidade para justificar o facto de dançar sem vergonha no instagram e tornar isso público. Uma pessoa adulta mantém a imagem e não faz disparates deste género. Mas eu, com os meus sentidos 12 anos posso!

Afinal, a idade é que o se tem? Ou é o que se sente? O que importa o que outros fazem com a tua idade? Nada, respondo já. Só serve para fazer reflexões deste género! E tu, sentes a idade que dizem que tens?