Eu não sou seguidora assídua de todos os jogos de futebol. Vejo alguns do meu Benfica e quase todos os da seleção. Mas gosto de ter o meu equipamento à mão, gosto de ir ao Marquês, no final do campeonato, e gosto de ir ao estádio ver os jogos ao vivo porque se sente uma vibração diferente. Este post não é sobre o Benfica (o tetra campeão, no caso) não precisam deixar já de me seguir. É sim, sobre a experiência sociológica que é ir à bola. 

Estar no estádio é toda a uma experiência, vocês têm de experimentar. Observar os adeptos fervorosos dá para retirar algumas ilações que passo a contar-vos:

As mulheres são piores que os homens a ver a bola: é mesmo isso que acabei de dizer. Não me enganei. As mulheres dizem mais asneiradas, ficam mais irritadas e chamam mais nomes aos jogadores e ao árbitro. A sério, foi mesmo isto que senti ontem enquanto assisti ao jogo do Benfica contra o Setúbal. A dada altura gritava uma senhora, muito confiante da sua táctica de jogo, “pra trás, pra trás”. Nisto responde-lhe a outra “Pra trás mija a burra, filha, isto é preciso é ir para a frente!”.

Bestiais e bestas: Toda a gente sabe que os jogadores são umas bestas quando fazem faltas ou falham golos e são excelentes quando fintam e levam a bola ao fundo da baliza. O guarda redes então é um dos mais crucificados se o jogo corre mal. Ontem como não entrou nada naquela baliza (foram 6-0, achei que vos devia dizer), lá as senhoras gritavam todas contentes “Aí nem uma mosca entra!”

As redes sociais também vão a jogo: A dada altura vejo um senhor, umas bancadas abaixo da minha, a fazer vídeos para o instagram. E comentei “aquele senhor está em direto”. Foi quando o Bruno me disse que ele estava em direto há já bastante tempo. Iria ficar durante o jogo todo de braço levantado a gravar? Teria prometido a um amigo, que não tem canais por cabo. que lhe mostraria o jogo na íntegra, em direto?

Aparecer na TV: As pessoas têm uma vontade exagerada, e sem noção, de aparecer na televisão. Havia uma câmera por perto e ouvi um senhor exclamar “ela não se vira pr’agente”. Portanto o senhor perdeu a oportunidade de dar um “oi” ao mundo, o que é facto muito chato.

Cânticos: Esta é a minha parte preferida, cantar as músicas. Mas as pessoas não colaboram. Só a claque é que fica o jogo o inteiro a cantar. O resto das bancadas só canta quando conhece a música e bate palmas durante uns minutos e depois esmorece. Não está bem. Eu cá acho que todos devíamos cantar os noventa minutos. As papoilas saltitantes agradeciam de certeza e eu por acaso até canto muito bem.

Fora de jogo: Deve ser a coisa que as pessoas mais gritam durante o jogo inteiro. Eu não concordo e nem percebo esta regra. Pois, vejam lá bem, se um jogador quer marcar golo parece-me evidente que tenha que ir à frente dos outros e não tenha de ficar à espera dos que andam lá atrás, feitos lesmas, e muito menos que venham os adversários para lhe roubar a bola. Não faz sentido o que estou a dizer? Oh vida!