Preferias…?
Este post é o jogo do preferias. Sabem aquele em que fazemos uma pergunta sobre se queríamos isto ou aquilo? Normalmente ambos os cenários são maus só para obrigar a pessoa a realmente pensar sobre o assunto. Mas a minha pergunta pelo contrário tem dois cenários bons. Mas aposto que faz muito boa gente pensar.
Preferias a ganhar muito bem e fazer uma coisa que não gostas ou fazer uma coisa que adoras e ganhar pouco dinheiro?
Talvez seja fácil para uns e difícil para outros. Mas o intuíto aqui é fazer uma reflexão sobre a nossa vida pessoal e profissional e sobre a ligação inevitável que há entre ambas.
Eu encontro bastantes ligações entre estas duas realidades. É suposto que apliquemos os mesmos valores e formas de estar tanto na nossa vida pessoal como profissional. Quer dizer, somos as mesmas pessoas. Não mudamos o chip quando mudamos de cenário, acho eu.
Todos gostamos de dinheiro. O dinheiro traz felicidade sim senhora. Sem ele há muita coisa que não podemos fazer. O dinheiro ajuda muito. Em todas as vertentes da nossa vida. Mas todos também gostamos de nos sentir realizados, bem sucedidos e felizes. E o trabalho é um sítio onde passamos muito tempo. Posto isto será que alguém consegue ser feliz fazendo um trabalho que detesta todos os dias? Ou por outro lado, será que alguém atinge a realização total a fazer conta aos trocos no fim do mês?
Eu começo o jogo…O que é que eu preferia?
Quando andava na universidade (há alguns milénios atrás) ouvi muita gente dizer que o meu curso de jornalismo (que era o que eu queria desde miúda) não ia dar dinheiro nenhum. As pessoas não diziam que não me ia levar a lado nenhum, atenção. Só diziam que não me ia dar dinheiro. E eu sabia. E fui na mesma, porque era o que eu queria e acima de tudo o que eu gostava. Passados dez anos confirmo. O jornalismo deu-me muitas coisas, mas não me deu dinheiro.
Independentemente de hoje ter outros gostos que ultrapassam o jornalismo mantém-se a minha crença de que só serei realmente realizada se fizer uma coisa na qual me sinta feliz. Se não for interessante, se não me estimular e não me desafiar, se não me ensinar nada e ainda me fizer chegar a casa tarde, sem tempo e desapontada, de que adianta ter dinheiro para gastar em apenas 22 dias de férias felizes?
Mas vá agora sério. Isto é tudo muito bonito mas preferir, preferir…eu preferia não fazer nenhum e viver como a dondoca da música do Seu Jorge.
Claro que toda a gente preferia fazer uma coisa que gosta e ganhar balúrdios. Mas, essa resposta não é válida agora porque o jogo não é esse. Digam-me, o que preferiam neste caso? Deixem-me perceber as vossas motivações.
Green
Acho que não há propriamente uma resposta certa, mas concordo contigo quando dizes que não te importavas de não fazer nenhum e ter dinheiro na mesma, voto nisso 😉
Andreia Moita
Não há lados certos aqui, de facto. É interessante conhecer a visão de cada um que de certeza que muda em determinada fase da vida.
Beatriz Ribeiro
Fácil! Preferia fazer uma coisa que adoro e ganhar pouco dinheiro. Aliás, fiz essa mudança o ano passado. Troquei o salário certo no final do mês e a estabilidade de estar efectiva, pelo incerto de ter uma actividade própria e por pouco dinheiro (pelo menos agora que estou no início desta jornada). Passado 6 meses a exercer uma actividade sazonal (na área do turismo) não tenho visto rendimentos significativos, mas estou muito mais em paz, motivada, entusiasmada e enérgica do que quando estava no meu antigo emprego tradicional. Surpreendentemente, na maioria do tempo estou até tranquila, pois sei que o primeiro ano de actividade é o mais difícil, porque tenho de criar o meu espaço, reputação e credibilidade no meio, mas quero acreditar que a seu tempo o rendimento também virá em mais abundância. Não há nada como viver uma vida ajustada aos nossos valores e orientada para o que realmente valorizamos, que no meu caso é liberdade, flexibilidade e autonomia. E atenção que isto não tem de ser igual para toda a gente 😉 Boa reflexão, beijinho!
Beatriz de ilhoa.pt
Andreia Moita
É engraçado ver e saber a posição de cada um. E a forma como para uns é fácil escolher um lado e para outros difícil. Por isso é que fiz este post. Acho que depende muito do momento da vida em que estamos. A minha escolha por exemplo tem a ver com isso. Boa sorte na tua actividade e que essa realização, tranquilidade e entusiasmo de que falas te continuem a acompanhar!
Catarina Coelho
Durante alguns anos em que ainda não trabalhava dizia muito que no dia em que ficasse num emprego por causa do dinheiro que alguem me desse uma chapada e me chamasse à razão… Acho que era a ingenuidade a falar aqui. Hoje a minha posição não é de todo a mesma, e obviamente que preferia ou ser dondoca (isto é, dedicar-me aquilo que realmente gosto e me entusiasma sem ter de me preocupar com o dinheiro ao final do mês) ou fazer o que gosto e ser bem paga para isso. Mas relativamente á tua pergunta, não consigo responder 🙂 acho que nunca cheguei ao extremo de odiar o que faço, mas também nunca experimentei fazer mesmo o que gosto por pouco dinheiro. Se traria mais realização e aquele quentinho cá dentro? Talvez. Mas o trabalho não é tudo, e ter dinheiro para gastar noutras coisas também é muito importante. Só passando por isso é que poderia saber se a realização pessoal compensa tudo o resto!
Andreia Moita
Não é fácil, de todo, escolher um lado nesta questão. Obviamente que depende das nossas vivências e do momento exacto em que estamos. Provavalemente também eu já pensei diferente e voltarei a pensar de outra forma daqui a uns tempos. Concordo que o melhor de dois mundos, como dizes. Não termos de nos preocupar com dinheiro e ainda assim sentirmo-nos realizados era ideal. Mas claro que esta questão dá panos para mangas e não há lados certos.
Daniela Soares
Eu já tive duas experiências com vencimentos semelhantes (muito longe de serem milionários.xD) e num deles cada minuto era um tormento enquanto no outro os dias passam a correr. Por isso acho que mesmo que ganhasse muito bem não iria conseguir aguentar muito tempo a fazer algo que odiasse.
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Andreia Moita
Ter as duas experiências é importante para dares essa resposta com segurança. Eu acho o mesmo que tu, mas só tive uma experiência até agora e posso estar a ser influenciada por isso.