Páginas Salteadas | Uma aventura de maracujá
Tem sido uma aventura fazer o Páginas Salteadas. Uma aventura porque me meteu a ler livros sobre temas que eu não leria há uns anos. Porque me deu a oportunidade de conhecer outros tantos que eu não conhecia. Porque já me fez reler livros que li há muitos anos. E uma aventura porque me faz criar a relação entre os livros e a cozinha.
Quase a completar um ano de projecto escolhemos um livro da coleção “Uma aventura”. Queríamos que fosse algo relacionado com férias, verão e praia. Todas nós somos muito ligadas à energia que o sol nos traz. Vamos ver se ajudamos o calor a dar uma espreitadela este ano, que isto está duro.
“Uma aventura” vive há 35 anos
Quando era miúda lembro-me bem de ler estas histórias. É por aqui que muitos de nós se iniciam na leitura, o que acho óptimo. Não tenha todos os volumes e por isso fui à Feira do Livro buscar “Uma aventura na Amazónia” e voltei a entrar nas histórias da Teresa, da Luísa, do Chico, do Pedro e do João. A coleção “Uma aventura” faz agora 35 anos e continua de boa saúde. A prova disso é que encontrei por lá as autoras, Ana Maria Magalhães e a Isabel Alçada, que amavelmente me assinaram o livro.
Como sabem, as autoras são ambas professoras e começaram a escrever juntas quando davam aulas na mesma escola. Para escreverem cada uma das aventuras visitaram mesmo os locais que descrevem e ontem li uma entrevista onde dizem que uma das viagens preferidas foi precisamente à Amazónia. Portanto, está tudo em sintonia para este post. “Uma aventura na Amazónia” conta a história dos cinco amigos por terras brasileiras onde descobrem um grupo de bandidos. Sempre atentos a todas as pistas e mistérios, todos estes anos depois…eles continuam malucos por se meter em sarilhos. Agora a sério, quem é que nunca sonhou ser um deles? Ou pelo menos, fazer parte um grupo assim, destemido e unido?
Brasil e frutas tropicais
O Brasil está na minha lista de viagens. Sonho com o paredão e a água de coco, muito por causa das novelas, confesso. Mas depois sonho também com as praias e com o Cristo Redentor. Fascina-me a cultura descontraída e bem disposta. Amo o samba no pé e adoro a língua do “oi cara, e aí, beleza?”. Gosto das expressões como “cafajeste”, “galera”, “hirado”, “tou grilado” ou “cê pirou?”. Acho que me ia dar muito bem lá.
Quanto às comidas havia muita coisa por onde ir porque o Brasil é rico em gastronomia. O pão de queijo, o brigadeiro, a farinha de mandioca, o arroz com feijão ou o açaí que podem encontrar na receita da Catarina, aqui. A minha primeira ideia sempre foi fazer algo com fruta. Gosto muito das frutas tropicais. Queria goiaba, mas não encontrei. Então decidi-me pelo maracujá.
O maracujá é um fruta que eu acho primeiro de tudo muito bonita e diferente por dentro. Os melhores que já provei foram no mercado da Madeira (e nas ponchas, claro!) É uma fruta com propriedades calmantes e por isso ajuda a combater a ansiedade e depressões, problemas de sono, agitação/inquietação ou nervosismo. Pode ser usado em chás, sumos e doces.
Pudim de maracujá
Esta receita é a mais simples que eu já fiz aqui para o Páginas Salteadas. Cozinhar pode ser tão fácil e bom quanto ler é. E como estes livros são para a iniciação à leitura esta pode ser uma receita de iniciação à cozinha:
- uma embalagem de preparado de pudim maracujá/pêssego da condi
- 500ml de leite
- Maracujás (roxos)
Juntar o preparado ao leite e deixar ferver. Tal e qual como se fosse uma gelatina. Ir mexendo durante todo o processo para não pegar. Devo dizer que adorei mexer aquele preparado porque é muito suave e cremoso e ao mesmo tempo ia recebendo aquele aroma maravilhoso na minha cozinha. Deixar solidificar no frigorifico durante duas horas e depois por cima juntar a fruta. Convém comer de seguida para o maracujá por cima não secar. Além de ficar bonito visualmente foi aprovado pelo homem cá de casa.
Vejam também as outras receitas baseadas neste livro em Joan of July, Às Cavalitas do Vento e Lolly Taste.
Green
Fizeste-me lembrar dos meus tempos de adolescente, quando lia esses livros e os Arrepios também, realmente andávamos todos loucos com isso. Agora até fiquei com vontade de reler os que estão ali na prateleira 🙂
Andreia Moita
Lê. Mais que não seja para recordar os anos de adolescente como dizes. Sabe bem.
Vânia Duarte
Opá e eu estou a adorar ler este livro, a sério estou tipo a devorá-lo e esta é mesmo a magia do nosso projecto, meter-nos a ler livros que nunca pensaríamos. Quanto à receita sendo eu a louca do maracujá é óbviooooo que vou ter de experimentar.
Andreia Moita
O maracujá parece ter servido que nem uma luva!!
Claro que já fui ver a tua receita e é tão Brasil… adorei!! Beijinhos