Regressar ao trabalho depois das férias é aquela coisa que dói. Vamos e voltamos, todos os anos, já sabemos o que custa, isso não diminui o nosso sofrimento. Mas aposto até que todos estaríamos dispostos a enfrentar essa dor mais vezes em troca de mais dias de descanso. Antes de ir de férias fiz um balanço e falei aqui sobre o acto de fazer planos. É chegado o momento do balanço pós-férias.

O tempo em férias não passa da mesma maneira do que o tempo a trabalhar. Tal como um minuto em prancha não dura o mesmo que um minuto sentada no sofá. Nem quero saber de frases feitas. O tempo não é igual e pronto. E isto é um problema que deve ser discutido. Quer dizer, por que raio é que um minuto deitada na toalha ao sol, na praia, passa mais depressa do que um minuto a mandar um mail no trabalho? Não tem lógica. Já que se fala sobre o horário de verão e de inverno também acho que se deve debater esta questão, que isto é da máxima importância. O tempo em férias devia passar mais devagar, assim como as bolas de berlim deviam ser maiores (ou então, vá, não existirem de todo, sob pena de permanecerem connosco nas ancas, toda uma vida).

Reclamações e desabafos à parte, pela primeira vez desde que me lembro passei as férias de Agosto em Lisboa. E não foi mau de todo. Pelo contrário, eu gostei imenso. Não cumpri os últimos dois itens que tinha na lista que fiz neste post, mas nem me chateei com isso.

Comecei as férias no Brunch do Mundo, já antevendo que ia passar as férias inteiras a comer. Estive presente no aniversário do Officinalis, da Cláudia, que se traduziu num final de tarde inspirador e que serviu para encarar as férias da melhor forma.

A praia é a alma de todas as férias. E isso nunca poderia faltar nas minhas. É na praia, a pisar a areia e a nadar no mar que me sinto inteiramente feliz, descontraída, descansada. Estar de férias em Agosto para mim é sinónimo disto mesmo. Daquela sensação de sal no corpo. Do cheiro ao mar. Do cansaço de final de dia que a praia provoca. Das sestas já quando o sol se põe. Pude sentir tudo isto e só por isso valeu muito a pena. Sesimbra é a minha praia preferida, desde que tinha meio palmo de gente, e por isso é sempre para lá que eu vou mais vezes.

Passei muitos dias a ler. Em quase todas as horas. Na toalha debaixo do sol ou no sofá ao final da noite antes de adormecer. Sim, também dormi bastante, coisa que também me deixa imensamente feliz. Estive com a minha família e alguns amigos o que também me garante felicidade. E tive tempo de pensar um bocadinho em coisas que quero fazer futuramente. O balanço pós férias que faço é importante por causa disto. Quando temos mais tempo livre a nossa cabeça está mais aberta e dedicada a coisas novas.

Consegui, finalmente, arrumar tudo em casa. Depois da mudança havia ainda um quarto onde estavam todas as coisas que não tinham lugar. Agora já têm. E o próprio quarto já tem mobiliário adequado à função que vai ter. Sempre quis ter um escritório onde pudesse fazer as minhas coisas e colocar todos os meus livros. E ele acaba de nascer. Farei em breve um post sobre isso.

Como já referi anteriormente aqui pelo blog, as férias servem para desfazer nós dentro da nossa cabeça e ajudar-nos a avançar. As férias também servem para recuperar energias, para nos preparar para mais tempo de trabalho. As férias são na verdade o motivo pelo qual trabalhamos, não é assim? E por isso volto a mencionar o meu truque pós férias: pensar nas próximas.