valores

O que são valores? Para que servem? Por certo aprendemos esta definição na escola. Mas antes de sabermos o que significam já os temos como adquiridos e enraizados na nossa personalidade e forma de agir. É certo, também, que os vamos substituindo ao longo da vida. Vamos dando menos importância a uns e adoptamos outros, conforme crescemos e nos percebemos melhor.

Se vos perguntar quais são os vossos valores, saberão responder? Talvez optem por dizer os mais comuns. Justiça, honestidade, coragem. Serão mesmo estes valores universais? Ou estarão na boca de todos porque nos parecem os mais “corretos”? É aqui que começa o cerne da questão. Não há um valor mais certo ou melhor do que outro. E, portanto, não temos que nos envergonhar dos nossos valores nem assumir uma coisa que não somos por causa de preconceitos. Descobrir os nossos valores é então o primeiro passo para nos conhecermos bem. A partir daí encontramos uma série de coisas sobre nós próprios.

Como é que eu sei isto? Resolvi fazer o Curso de Escrita Criativa para Auto-Descoberta da Filipa Maia. Precisava de uma mudança activa. Precisava de perceber o que queria e o que não queria. Para isso teria de perceber os meus valores. A Filipa Maia trabalha em business e brand coaching, mindset e consultoria para negócios online e hoje escrevemos este texto a quatro mãos. Aqui vão poder perceber o lado da Filipa, que criou este curso e, ao mesmo tempo, o meu lado, que o fiz como aluna.

Bootcamp de escrita criativa para auto-descoberta pelas palavras da sua criadora, Filipa Maia

“Algo que eu percebi com o meu próprio processo de auto-descoberta foi que a auto-descoberta raramente acontece por acaso. Na maior parte das vezes, e salvo condições excepcionais, é preciso um esforço consciente e a aplicação de ferramentas específicas para nos conhecermos verdadeiramente.

A escrita, sendo uma ferramenta criativa e que ajuda a soltar a mente, é uma das minhas formas preferidas de trabalhar o auto-conhecimento. Pratico journaling diariamente há muito tempo e, a par da meditação, é um dos rituais que não dispenso. Assim, pareceu-me perfeito usar a escrita como ponto fulcral do meu primeiro curso online e aplicá-la para aprofundar o auto-conhecimento dos meus alunos e, mais especificamente, ajudá-los a descobrirem os seus valores individuais.

A ideia de criar este curso numa plataforma digital surgiu, exatamente, com o objetivo de tocar o máximo de pessoas possível, independentemente do lugar do mundo onde se encontrassem ou da disponibilidade de horários, factores que limitariam, por exemplo, a participação em workshops.”

Mas como funciona o processo de escrita à distância? “Em todos os exercícios dou indicação de quanto tempo deve durar cada exercício e recomendo que os alunos permaneçam a escrever durante pelo menos esse intervalo. Cada um pode, logicamente, escrever tanto ou tão pouco quanto queira. Mas uma coisa é garantida: este é um daqueles cursos em que cada um consegue retirar tanto mais valor quanto mais esforço colocar na realização de cada exercício – e quanto mais de si colocar na sua escrita livre.”

Potencialidades do curso para a nossa vida e realização pessoal

Ao longo do curso fui lidando tanto com algumas frustrações como com coisas que me fazem vibrar. A ideia é construir um mapa que nos guia ao fundo daquilo que consideramos importante na nossa conduta. Serão os valores imutáveis ao longo do tempo? Não, nós podemos mudá-los porque nós também mudamos. Através de vários exercícios de escrita fui-me surpreendendo. Porque somos sempre um bocadinho mais do que aquilo que pensamos.

um momento de tomada de decisão e situações de orgulho

Fazer o curso da Filipa fez-me não só perceber e identificar os meus valores como descobrir aquilo que me bloqueia os avanços e o que despoleta isso. Desvendando um pouco do curso, houve um exercício em que a Filipa pedia para escrever sobre um momento em que tomei uma decisão. Escrevi coisas que aconteceram há muitos anos atrás. Percebi, então, que era muito mais fácil para mim tomar decisões quando era mais nova do que hoje em dia.

Percebi ainda que todas as situações das quais me orgulho são antecedidas por um medo enorme. Ou seja, sinto orgulho de mim quando ultrapasso barreiras, coisas que sempre achei que não ia conseguir. E isto dá para perceber coisas sobre mim.

A Filipa explica que “o curso leva cada um a explorar a sua história de vida, as suas emoções, gostos pessoais, paixões, e também os seus sonhos. No entanto, isto acontece quase de uma forma inconsciente, através de exercícios de escrita livre, que posteriormente permitem detetar padrões e identificar, como refere a Andreia, bloqueios, preferências, tendências naturais e, claro, os nossos valores individuais”.

Os valores como agentes de mudança e facilitadores na tomada de decisão

Se conseguirmos entender por que valores nos regemos, conseguimos compreender outras tantas coisas na nossa vida. Os caminhos que queremos, as escolhas que fazemos e as decisões que tomamos. Se formos coerentes connosco e se seguirmos aquilo que reconhecemos ser o que nos faz bem todos os aspectos da nossa vida terão tendência a melhorar. Porque serão, acima de tudo, compreendidos por nós.

“E assim se torna possível encontrar o alinhamento de que tanto falo”, disse-me a Filipa, no final. A missão dela “é levar cada vez mais pessoas a viverem de forma intencional. E a vida intencional começa na descoberta de valores. Quando vivemos em alinhamento com aquilo que é realmente importante para nós, tudo se torna mais fácil, mais orgânico, mais tranquilo. As escolhas e decisões tornam-se simples e naturais. O caminho certo a seguir torna-se quase evidente e até inevitável. A nossa compreensão de nós próprios faz de nós verdadeiros especialistas da pessoa que somos.” Podem saber mais sobre estes assuntos no seu canal do youtube ou no seu mais recente projecto, o Lifestyle by Design.

Tomem nota do aviso que a Filipa deixa “há coisas que depois de descobertas, nunca mais podem ser esquecidas. E quando escolhes fazer o trabalho de descobrires quem realmente és, não há mais como voltar atrás.” E ainda bem Filipa, ainda bem!