Sabem o que é que diz no dicionário sobre ser normal? Já pensaram nisso ou sou eu que tenho demasiado tempo livre?

Detesto dizer que as coisas estão normais. Ou que sou sequer normal. Gosto de ser diferente. Não quer dizer que haja alguma coisa de mal em ser normal, na verdade, não há. E de facto há dias em que só queria mesmo ser normal. Mas a verdade é que não sou e digo isto no pior aspecto da coisa.

Mas afinal o que é isso de ser normal?

Sabem o que é que diz o dicionário? Que ser normal é conforme a regra. Que serve de modelo, que é exemplar, regular e ordinário. Percebem isto? É uma coisa considerada dentro da norma, do óbvio, do que se espera de nós. Olhem tenho muito pouco disto. E não é porque sou ou quero ser extraordinária ou sequer especial. É precisamente porque faço e me acontecem coisas que fogem de todo à normalidade.

E, então, não sou normal porquê?

Não há nada de normal no facto de estender a roupa com sol e começar a chover três horas depois, quando já sai e não a posso apanhar. Não é uma coisa normal enfiar o rímel no olho nas primeiras horas da manhã e ter que refazer tudo antes de sair para trabalhar. Nem é uma coisa assim banal não conseguir lidar com um chapéu de chuva e acabar toda molhada como se não o tivesse sequer aberto. E atenção não é toda a gente que consegue perder os óculos num parque de estacionamento (sim, os óculos de ver) num dia de chuva e cheia de tralhas na mão. Percebem, é deste tipo de normalidade que falo e que realmente não possuo. (Bonequinho a encolher os ombros!)

Nada disto é normal para os outros, mas mim é super básico, porque são tudo coisas que acontecem comigo na maior parte dos dias. Isto é mais ou menos ser eu no meu dia-a-dia. Acho até estranho quando não me irrito com alguma coisa, não fiz nenhum disparate ou não me esqueci de nada. Às vezes é engraçado. Sempre que acotece alguma coisa peculiar só posso ter sido eu. Mas olhem que isto cansa. Não é fácil ser Andreia Moita!